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terça-feira, agosto 21, 2007

Estranhos e loucos Epitáfios

Venha ser o nosso vizinho - Associação de moradores do cemitério de São ...


Promoção de campas e jazigos - oferta especial para os 10 primeiros usuários. corra! - Administração do cemitério da Vila ...



Se a morte rir para você, não adianta rir e nem chorar para ela, pois o ancinho dela já te ceifou a vida.


Sorria você está sendo filmado - Aviso em placas abaixo de câmeras de circuito interno de segurança situada nas salas de velório de um cemitério de uma cidadezinha


Funerária Boa-morte - Nome de um estabelecimento de comércio de caixões na grande SP.

Não adianta levar seus títulos, diplomas, talões de cheques, cartões de crédito ou congêneres nos bolsos do paletó quando morrer, isso só fará que as alças do caixão sejam mais reforçadas.

"Não chores por mim Argentina" - aviso em um velório de um brasileiro sepultado numa cidade argentina.

Aqui jaz, samba, rock, funk...

"Nenhuma pulga, pernilongo ou carrapato hão de imperar aqui!" Assinado as minhocas, vermes e lesmas do cemitério de ...

Atrás destes muros a vizinhança é calma, sossegada e quieta, venha ser nosso vizinho! - Associação dos moradores do cemitério da cidade...

"Aviso aos pichadores: pichem estes muros e iremos pegá-los pelos pés à noite, assinado: os moradores" - placa encontrada no lado externo dos muros do cemitério do...


Cemitério: cofre de cães

A morte é o sono sem despertador

"Executamos serviços de espanta vizinhos" - Moradores do cemitério da...

Carro funerário: ninguém quer essa carona
Motorista de carro funerário espera que nunca o carona peça-lhe informações

"Vigilantes do peso: garantimos o seu emagrecimento, venha fazer parte deste clube" Associação dos moradores do cemitério da saudade

quarta-feira, agosto 15, 2007

O tempo e o vento

Lembro-me dos meus 10 anos de vida!

Passaram-se pouco mais de três décadas, mas parece que foi ontem. Ainda lembro-me da turma da 4a série, do recreio, da fantasmagórica e nova "loira do banheiro", das aulas de educação moral e cívica. Das brincadeiras de rua onde não se esquentava com nada. Não havia internet, emails, blogs, não havia essas grades que nos aprisionam cada vez mais, nem o trânsito, nem corrupção instituicionalizada (embora os militares sugaram os cofres). Eu nem pensava no futuro, vivia o presente, o agora. Amigos, na infância dourada, pobre, mas feliz. Eu não queria um video-game última geração, só queria que a minha magrela (bicicleta) continuasse a levar-me até o bairro do lado, onde as ruas tinham asfalto.

O vento do tempo levou a minha infância, a adolescência e trouxe a responsável e às vezes chata fase adulta.

Se os primeiros 40 anos passaram feito relâmpago, as próximas décadas chegarão mais rápido ainda, porque a impressão é que o tempo está mais acelerado, o dia é menor e a noite voa.

Meus cãs chegaram e se instalaram e progressivamente tomam o meu couro cabeludo. Sinal de que a vida já dobrou o cabo da esperança. Já cheguei no ápice e agora, desço a ladeira para o encontro inevitável e indesejável com o único momento certo que temos na vida.

O que estou fazendo com o tempo que irá voar? O que estou fazendo em nome de minha felicidade? Lembro-me que quando criança eu me preocupava mais comigo e menos com os outros. Mas, hoje, o que estou fazendo de minha vida, sabendo de antemão que ela passará tão rápido como o que já passou?

Voamos embalados pelo vento do relógio, onde cada tic-tac fica mais perto do próximo.

Posso aproveitar e mudar algumas coisas, mas quantas não estou fatalmente enraizado ao ponto de não realizá-las? E aquelas pessoas à nossa volta que irão-se? O que estamos fazendo por elas? O que vamos viver e presenciar ainda juntos?

Interessante como que a infância ensina mais que livros de auto-ajuda, demonstrando para nós que éramos o que hoje almejamos ser: originais e aproveitadores da vida.

O vento virá e tornará poeira situações, pessoas, empresas, épocas e tudo mais em quimera, em poeira, naquilo que sempre foi: efeméridas.
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