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terça-feira, setembro 18, 2007

A fortaleza

Desde criança nossa mente vai se acostumando com uma realidade formidável: a existência de uma fortaleza e que nós estamos inseridos nela, protegidos e harmonicamente vivendo.

Chega a ser tão concreta esta muralha à nossa volta que acreditamos que ela sempre existiu e infinitamente existirá. Muitos sentem-se tão à vontade que acreditam que jamais estarão fora deste cerco protetor, ou até mesmo esquecem da existência dela, embora sinta-a sempre presente.

Vivemos numa vida ilusória que faz com que esqueçamos da valorosa fortaleza, que nos cercou de cuidados por anos a fio, inclusive quando adultos nos tornamos.

Estou referindo-me aos nossos pais, verdadeiras barreiras protetoras que amorosamente dão-nos a sensação de que o mundo não é tão cruel.

Quantas não são as vezes que eles nos tira de perigos e enrascadas que nós mesmos criamos?

Vivemos aprontando e a fortaleza nos permite e vigia para que continuemos a ser o que somos.

Entretanto, o tempo é célere e resgata as coisas para o lugar de origem. Tirando-nos pouco a pouco a fortaleza e quando percebemos não mais a temos.

Quando isso acontece, sentimos a dura realidade de estar sem a divina proteção. Também percebemos que nós quem nos tornamos a fortaleza para outras gerações e a vida segue.

A constante segurança que fez com que nossos passos tornassem firmes deixam de existir e a sensação é de que estamos desprotegidos, sem chão e sem mais aquele abraço envolvente, caloroso, amoroso e acolhedor.

Quantos não são as pessoas que por falta desta fortaleza tornaram-se pessoas insensíveis, frias e desumanas? Quantos não precisam se recordar que foram pequenos, frágeis e precisaram das constantes intervenções dos pais e hoje, por sentirem-se donos do mundo, usam da força e poder para oprimir irmãos seus?

Só somos fortes porque tivemos os alicerces e os muros de nossos pais à nossa volta.

"Você culpa seus pais por tudo.
E isso é absurdo.
São crianças como você.
O que você vai ser, quando você crescer? "
(Legião Urbana - Pais e filhos)

quinta-feira, setembro 06, 2007

Setembro chegou

Sabiá canta todas as madrugadas e o som desta cantoria chega em minha janela. Hora de acordar, mas nada melhor do que ouvir um sabiá laranjeira entoar aquela melodia gostosa.


Sinal que Setembro chegou


O perfume no ar (ao menos em localidades pouco distantes das metrópoles) já aparece. As cores da estação primaveril já enfeitam lá fora, nas copas das árvores, nos jardins e canteiros.


Os pássaros parecem aproveitar da beleza e cantam, voam, passeiam, namoram e nidifcam.


Pessoas se sentem mais livres, depois das jaquetas e blusas que as aprisionavam, de maneira elegante. Saem de casas carrinhos com bebês, guardados na segurança de um quentinho lar, ao encontro dos parques e praças.


Sinal que Setembro chegou


Vovós fazem compotas e melados, gelatinas de morango e amor, para manter os rostinhos rubros de seus netos.


Casais, que se amam, caminham juntos, lado a lado, fazendo planos. Passeiam, observando a paisagem que antes era bucólica e na primavera torna-se viçosa. Parece que as cores das flores dão um tom mais alegre à própria relação. Como é bom amar,
de verdade...



Os poetas atiçam a mente feito o voar dos beijas-flores. Semeando novas prosas em versos rimados na paixão pelo belo.


E quando setembro chega, instala-se a cor, o sabor, a paixão, o amor e o calor.


Abre-se a janela e deixa-se o sol da primavera bater no peito (Beto Guedes)
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