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segunda-feira, novembro 29, 2010

Ricardo - Pedalando em outras competições


Desculpem-me pelo post muito pessoal.

O atleta acima é o meu sobrinho Ricardo.

De repente a vida mudou o seu caminho e os nossos. Ou vai ver que era assim que, as coisas deveriam acontecer.

Sexta-feira passada, em plena jornada de treinamento, em que ele se preparava para o próximo ano, onde iria atingir o início de seu ápice esportista, foi vitimado, fatalmente, por um acidente de trânsito. Sua bicicleta veloz encontrou e chocou-se com um automóvel que vinha no sentido contrário. Minutos depois ele, 23 anos, deixava-nos para pedalar em outros circuitos, em outros campeonatos, em outras competições.

Minha convicção religiosa e espiritual me dá o alívio de entender as coisas, mas o meu coração, tão terreno, ainda sofre a perda, a separação e a certeza de que não mais o verei nesta vida terrena (quero dizer: o Ricardo físico não mais existe e este não mais verei).

Constato que eu não estou preparado para este tipo de separação chamada "morte". Pode-se, depois disso, ler livros, ouvir pessoas sábias e outros conselhos que façam a minha pessoa resignadamente ir aceitando e o tempo, o senhor tempo, cura o resto das feridas.

Entretanto, há pessoas, que antes de partirem para "a outra vida", vão se preparando ou sendo gradativamente preparadas. Esse foi o caso de meu sobrinho.

Há dois anos ele tornou-se espírita. Estudante da Doutrina Espírita. Tornou-se uma pessoa de semblante calmo.  De uns tempos para cá, veio tendo atitudes "estranhas" mas que hoje, segundo a sua mãe, explicam tudo: ele estava sendo preparado para esse desfecho. Isso fez com que seus pais estivessem mais equilibrados possível diante de tamanha dor.

Em seu perfil do Orkut, esse era a sua mensagem no "quem sou eu", recentemente atualizada:

"Seja Perseverante Sempre.

As tempestades podem soprar!
As dificuldades podem chegar a sua vida!
Os inimigos podem se levantar!
O sol pode não aparecer para você amanhã!
Todos podem te acusar!
Todas as portas podem se fechar!
PORÉM VOCÊ TEM UM DEUS!
Que detém as tempestades!
Ajuda-te nas dificuldades!
Guerreia contra os teus inimigos!
Você tem JESUS, que é o Sol da Justiça!
Que é teu Advogado!
Teu promotor!
E o teu juiz!
E que tem em suas mãos o currículo da tua vida.
Assim também, as chaves da morte e do inferno!
E diante DELE todas as portas se abrirão!
Você pode estar enfrentando agora, a maior batalha da sua vida!
Porém, CREIA EM CRISTO!
Pois ELE está batalhando por você!
E vai te dar a vitória!
A vitória já é tua, em Nome de JESUS!
Que bênçãos sejam derramadas sobre você SEMPRE!
Tenha um ótimo, vitorioso e abençoado final de semana na santa paz de DEUS"

ciclista, CAMPEÃO VALE PARAIBANO DE CICLISMO CATEGORIA SUB-23



Ciclista não toca, só chega perto para não derrubar!
Ciclista não divide, compartilha!
Ciclista não fala, só respira!
Ciclista não respira, ofega!
Ciclista não cheira, respira pela boca!
Ciclista não chora, admite que perdeu e vai pedalar!
Ciclista não elogia, reconhece!
Ciclista não pensa, intui!
Ciclista não tem reflexos, a bicicleta os tem por ele!
Ciclista não tem depressão, tem é cansaço!
Ciclista não perde energia, anda no vácuo!
Ciclista não facilita discussões, deixa o capitão decidir!
Ciclista não toma susto, senão cai no meio da estrada!
Ciclista não admite algo sem resposta, as descobre!
Ciclista não espera retorno de chamadas, vai dormir!

"viva o agora, seja o agora, concentre-se no agora quando conseguir entender isso vc verá as coisas incriveis que vc pode fazer!!!!!"
"viva o hoje pois ontem já passou e o amanhã ainda não chegou"

Ricardo Lorente
* 30/set/1987
+ 26/nov/2010
Bons passeios ciclísticos por aí meu sobrinho!

segunda-feira, novembro 08, 2010

Menino mimado


 Que os machistas vão plantar batatas com este post, mas às vezes é vergonhoso constatar o  papel masculino na sociedade, sobretudo no seio familiar.

Como homem não posso negar a situação desequilibrante que a "raça" masculina encontra-se e define seu domínio sobre as valorosas mulheres.

Estava fazendo a minha caminhada em um parque e na mesma velocidade que a minha, vinham duas amigas perto de seus 60 anos. Não pude deixar de ouvir a conversa delas, que comentavam que haviam "se livrado de seus maridos" pelos caminhos da separação. O verbo era esse mesmo: "livrar". Alegação delas (e resumo meu): os ex-caras metades eram a pura nata do típico folgadão machista.

Não quis ouvir mais porque além de eu não ser um bisbilhoteiro da vida alheia, me envorgonhei de ser homem e ter que admitir que há uma "escravidão" instalada em muitas relações conjugais.

Há exceções, há homens bons, companheiros de verdade, que partilham e dividem a dura tarefa de fazer uma família funcionar. Não acredito que eu me encaixe no modelo machista, tampouco sou tão "bom garoto" assim.

Minha querida mãe fez com que todos os seus filhos (homens e mulheres) fizessem os serviços de casa: lavar, passar, encerar, dobrar, arrumar, limpar e cuidar de crianças (meus irmãos caçulas). Eu me sentia humilhado toda vez que algum amiguinho passava em frente de casa e caçoava de mim. Mas, o tempo me ensinou que a minha mãe preparava a mim e aos meus irmãos para a vida.

Todas as tarefas domiciliares eu faço sem dificuldade. Cuidar e criar de minha filha não tive problemas. Cozinhar eu adoro. E assim mesmo, deixo, como qualquer homem, as tarefas "pesadas" para a companheira. Quando me pego, ela fez e eu nem me importei.

Almoços dominicais é a prova do que estou tentando expressar: acabado o almoço (que na maioria das vezes já foi preparado pelas mulheres) a louça "sobra" para as mulheres porque o homem vai tirar o seu cochilo de "rei". Exceto quando a mulherada se "rebela" e faz os marmanjões lavar a louça (que é tão porcamente feita que as mulheres desistem e assumem a limpeza).

Não vou culpar só os homens por isso, porque está cheio de mães que mimam seus queridinhos filhinhos poupando-os de trabalhos domésticos, transformando-os em futuros opressores de mulheres.

Casamento para muitas mulheres levam-nas diretamente para o "tanque" de roupas do abençoado e almejado lar e lá elas passam a vida toda e muitas vezes só percebem a liberdade quando o casamento se foi, seja por um divórcio seja pela viuvez.

Mulheres não se entristeçam com este panorama, porque felizmente não está tudo perdido. Vocês tem fibra e estão mudando, aos poucos, essa realidade. Muitos homens já perceberam que se não reciclarem seus "dotes" familiares, estão fora do jogo. Não criem seus filhos para serem machistas (inclusive as filhas).
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