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quinta-feira, janeiro 31, 2008

Fragmentos desconexos

Dez para cinco da matina e o tic do relógio dependura-se e cai um segundo a mais, por vez
A noite permance silenciosa exceto os ganidos longíncuos de algum cão desconsolado
A lua já trasladou sua posição na abóbada celestial desde que apareceu palidamente por trás de nuvens cinzentadas
Sonífera hora para muitos menos para um único ser que tateia seus pensamentos para evitar espinhos da memória à procura de uma solução prodigiosa
Quantas vezes o gosto amargo do pesar saltou-lhe na garganta feito pontiagudas farpas que ferem só de se ver?
Por que insistir em culpar-se quando na verdade a força de seu ego o levou a isso?
Lutar contra a implacabilidade da natureza é o mesmo que tentar subir de meias uma montanha de neve.
Que horas serão em Cingapura? Estarão acordados por lá? Vontade dele fugir para Cingapura, lá ao menos não tem ninguém para lhe cobrar e suas insônias virariam vigília como todo mortal tem.
Mais uma volta sob os lencóis, mas quantas foram? Importa isso?
Logo clareia mais um limiar diário e a mente não formulou a sonhada resposta...
Levantar-se fará melhor, porque desconecta-se do particular mundo que a mente e os pensamentos criam.
A ferroada volta, sinal que as costas não recuperou-se
Veias oculares à mostra confunde-se com as olheiras, emprestando um aspecto moribundo para o triste ser
Banho reconfortará o corpo, mas a água fria devolverá as energias e a vontade de sair.
Um dia a mais ou a menos, depende apenas do estado pessimista ou otimista que se tem
Nada melhor do que fugir da consciência por mais um instante...
A sensação do arrependimento é como pisar descalço sobre brasas, por mais que se corra, a dor é sentida.
A saída na manhã fria e cinzenta é prenuncio de mais uma etapa morosa para se viver.
As pessoas correm absortas pelas ruas, preocupando-se com seus particulares problemas.
Quantas delas enfrentam disabores amorosos? Quantos dramas amanhecem junto com a multidão?
Um mundo conectado de pessoas isoladas. Uma turba de ilhas.
Nada e ninguém pode livrá-lo do seu destino que é carregar essa madrasta chamada culpa...
Se não tivesse inventado tanto, suas noites teriam o sabor do descanço e da paz.
O selo da vida teria outras cores, mas é melhor enfrentar o drama de quem jamais será perdoado...

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