Pages

sexta-feira, maio 29, 2009

Concessões

Quantas são as vezes que ignoramos as nossas prioridades, sonhos, vontades, desejos e idéias e concedemos pedidos de outras pessoas, colocando-os à frente de tudo o que é nosso?

Quantas são as vezes que não sabemos dizer "não"?


Quando nos calamos, permitimos. "Quem cala, consente". Permitimos que os outros interpretem, ao seu modo, aquilo que não dissemos.

Quando não nos posicionamos firmemente em nossas convicções, abrimos concessões e estas muitas vezes tolhem nossas realizações, atrasam nossos resultados, nos tiram noites de sonos e nos colocam em caminhos que não queríamos trilhar.


Aprender a dizer "não", "não posso", "não quero", "não tenho tempo", não tenho interesse", "não me amola", "não, obrigado" e outros "nãos" devem fazer parte de nosso programa de realizações de sonhos e encontro da felicidade.

Engolimos sapos, ficamos mais tempo no trabalho, esquentamos mais nossa cabeça e dormimos mal por conta desta estranha mania de não saber negar pedidos, ordens, responsabilidades dos outros e petições de todo tipo.

Temos medo.


Devemos ser claros, devemos não deixar margens às dúvidas e dizer exatamente o que não queremos. A arte é saber fazer isso, com educação, respeito e firmeza.


Afinal, por que os outros podem dizer não e nós não podemos?

A verdade é uma só. Ela pode até doer, mas é única.

quinta-feira, maio 28, 2009

Homenagem a uma amiga



Hoje amanhece especial
Claridade intensa e dadivosa
Torna-se o dia melhor
A bela flor de Lis encanta o nosso jardim
Floreia e desperta uma vez mais
Parabéns vida





A singela homenagem acima é porque hoje é aniversário de uma especial pessoa e grande amiga.

terça-feira, maio 26, 2009

Curiosidades chilenas II

Na primeira semana, o olhar está menos crítico em função do deslumbramento pelo novo. Mas, a rotina aparece e uma semana depois e ainda na cidade capital chilena, Santiago, tenho novas percepções das mesmas coisas ou sobre novas facetas desta sociedade.


- Os chilenos são educados em muitas coisas, mas a moça do caixa (check-out) do supermercado não te cumprimenta com "bom-dia", "boa-tarde", "boa-noite", muito menos te agradece pela preferência. Garçons são quase estúpidos pela sua rude forma de entregar o "menu" (carta ou cardápio), de anotar seu pedido ou te entregar a conta. Se você não der a gorjeta (propina ou "caixinha"), então aí que eles tornam-se mal-educados. Será por que sou estrangeiro nesta terra? Nem todo mundo é cordial com estrangeiros, ainda mais se você não der gorjeta por ter sido mal atendido...


- Os motoristas de ônibus são parecidos com os paulistas: usam a força e tamanho para imporem-se. Fecham semáforos e são os mais barulhentos. Um contraste frente aos automóveis silenciosos...


- Tem vinho embalado ou envasado em caixas tetrapark (as mesmas de sucos) e isso é comum nas prateleiras dos mercados. Funcionais, mas perdem aquele charme da garrafa de vidro onde você consegue ver o vinho e a sua cor.


- Parece-me que ou apreciam flores em demasia ou são bem românticos. Veem-se, pelas ruas, trausentes com bouquets floridos e muitas floriculturas (florerias) espalhadas pelas esquinas santiaguinas.


- "Cafés com pernas" é o nome dados aos prostíbulos desta cidade. Cuidado com o café que se toma! Apesar disso, existem verdadeiras cafeterias com seus produtos cafeínos deliciosos.


- Tem vendedor ambulante ou camelô vendendo produtos piratas e outras quinquilharias como em qualquer grande cidade brasileira.


- Os calçados (sapatos) são caros. Roupas de couro, são baratas.


- Como muitos adoram enganar os estrangeiros, como se fôssemos imbecis somente porque falamos o espanhol com sotaque. Sabemos fazer contas, temos noção e malícias latinas também.


- E as Cadeias Andinas das Cordilheiras, abraçam a cidade, de modo majestoso, dizendo:
"Estou aqui, impondo e imponente.
Terão que viver referenciando-me, toda vez que olharem para cima.
Se sentirão pequenos diante da grandiosidade da natureza.
Estarão ajoelhados todas as vezes que chegarem aos meus pés.
E me glorificarão pela atração que outros povos terão."





"Los Andes" visto da janela de meu "temporário" lar andino...

quinta-feira, maio 14, 2009

Curiosidades chilenas

Estando em um outro país, logo observamos as semelhanças e principalmente as diferenças, sejam elas culturais, etnológicas, ambientais e outras mais.

Estou a quase uma semana na capital do Chile, Santiago e pude observar algumas coisas que destaco, algumas delas causam-me inveja (boa):

- "permiso" pra cá, "permiso" pra lá, "permiso" pra todo lado. Os chilenos são educados e pedem "com licença" a todo momento. Para descerem do metrô, para passarem em sua frente, para te interromperem e tudo o mais;
- são, os chilenos, mais calmos que nós brasileiros. Caminham ao invés de andar apressadamente, feito nós;
- a poluição sonora, causada pelos automóveis, é bem menor. Eles não ficam buzinando feito loucos, como nós;
- ruas limpas, bem diferente do que as brasileiras;
- recurso hídrico respeitado. Você vê que tratam a água de maneira diferente do que a nossa, que beira ao desperdício;
- os carros, tem quase a metade do preço que os vendidos no Brasil, impostos mais baixos, provavelmente;
- os preços, em geral, são mais baratos que São Paulo;
- os veículos respeitam a faixa de pedestres e os semáforos;
- os chilenos são mais formais, vestem-se de maneira mais formal. Sorriem menos, são mais sérios, fechados e sisudos;
- são cordiais com os estrangeiros;
- baixo nível de miscigenação. Ou se vê gente parecida com europeus, ou com cara de andinos, mas de pele clara;
- não vi até agora uma pessoa negra;
- só vi duas pessoas de origem asiática. Andei pelas ruas e utilizei metrô diariamente;
- os rapazes tem cabelos mais longos e barba rala;
- os chilenos falam rápido;
- o vinho deles, delicioso!
- o ar de Santiago é muito poluído. Um paulistano como sou, senti isso. Os olhos, no final do dia ardem; Santiago é cercado por montanhas, um vale;
- você não sabe se é poluição atmosférica ou nuvens, mas no outono quase não se vê sol ou o céu azul;
- o dia fica claro depois das 7 e escurece rapidamente. Durante o dia, tem-se a impressão que já vai escurecer, por causa do outono, o ângulo do sol e a latitude que se encontram;
- a frota de taxis é, na média, um tanto antiga, mas os carros particulares são modermos;
- não vi motoboys nas ruas, tampouco as suas buzinas;
- sistema de transporte mais inteligente, com integração entre ônibus e metrô;
- copo é "vaso";
- nos bebedouros, ou a água é gelada ou quente, não existe água à temperatura natural;
- não bebem "pinga", porque significa outra coisa, algo relacionado à genitália masculina;
- gostam de alguns artistas da MPB (música popular brasileira). Tem um colega de trabalho que adora Benito de Paula!! E aí canta um trecho da música "Meu amigo Charlie Brown": "Se você quiser vou lhe mostrar..."
- adoram imitar a língua portuguesa: "Oi, todo bem" (com "o" mesmo no "tudo");

Ademais, é um país muito interessante, simpático, mas não troco o meu país, mesmo com tanta coisa ainda a ser alcançada, principalmente a educação.

quarta-feira, maio 13, 2009

Noite insone

Madrugada e insônia parecem ser as duas faces de uma mesma coisa.
De repente, perdi o sono e a noite chilena em que me encontro, torna-se ainda mais cruel para mim, tão distante de meu belo e quente país.
Coração saudoso de coisas e pessoas aí de minha terra. Algumas que jamais poderei estar tão perto.
Gosto do Chile, de Santiago e de seu povo, mas sinto-me um "estranho-geiro"
Resolvi reescrever algumas anotações de pensamentos meus e publicar neste blog. Para que engavetar as coisas que vem da alma?

Eis o que existem nesta alma:



Perder, eterno companheiro
Perder parece ser algo muito maior do que simplesmente ser o contrário de ganhar.
Perder parece ser muito mais eterno do que a sensação momentânea da conquista.
Perder parece ter um sabor mais amargo do que ser o oposto da doce da vitória.
O pódio do perdedor está nos degraus que levam ao subsolo.
O troféu do perdedor é opaco e obscuro.
A volta olímpica do perdedor é o retorno para a casa com as mãos vazias.
Cabeça baixa, orgulho ferido e pés doloridos.
O sol se retira e deixa a noite fria e silenciosa como aconchego ao perdedor.
Nenhuma esperança, nenhuma alegria e nenhuma nova oportunidade.
Cabe ao perdedor somente adaptar-se à dura realidade




Lições que eu tiro de mim mesmo
Somos levados pelas circunstâncias quando não queremos a luta.

Deixamos que o próprio caminhar nos leve e nos torne aquilo que não somos.
Escondemos o nosso verdadeiro eu sob a capa da comodidade.
Fingimos estarmos melhores do que se parece.
Disfarçamos o soluço com um "tudo bem".
O silêncio feito encobre o nosso nó na garganta.
E o grito de desespero some diante da vergonha em expor-se.
O orgulho é o vilão que nos torna mentirosamente mais fortes.
Jamais entregaríamos as nossas fraquezas.
E caminhamos com um sorriso teatralmente criado para que o choro não saia por lágrimas expostas.
Debaixo dessa máscara em que moldamos nossos rostos, serenos, lindos e lisos está uma face mais enrugada, mais chorosa, mais fraca e verdadeira...
Acho que agora, depois dessa pequena desopressão, vou tentar dormir de novo ou rolar mais um pouco na cama em desespero e criar novas divagações para futuros posts...
Blog Widget by LinkWithin