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terça-feira, abril 10, 2007

A conta familiar

A decepção é o resultado de uma conta matemática de subtração direta entre aquilo que imaginamos ou esperamos como resultado ideal versus o resultado real.
Quanto mais próximo ao zero absoluto for o resultado desta subtração, menor é o grau da decepção assim como quanto mais distante for o resultado do zero absoluto, maior será a decepção obtida.
A frustação é derivada ou filha da decepção, ela aparece quando não sabemos como ajustar a decepção à realidade e aceitar as coisas como são e não como queríamos.
Quanto maior for o grau de inaceitabilidade que tivermos de uma realidade, maior é o amargor que a frustação deixará em nossa boca.
O rancor é o neto da decepção e o filho da frustação. Ele surge quando damos mais tempo de vida para a frustação e como não aceitamos de modo indefinível a realidade, o amargor da boca se instala nas veias de nossas almas. O rancor vive porque preferimos a inflexibilidade da não aceitação dos fatos.
E o que essa trinca familiar é capaz de fazer com a nossa vida quando a alimentamos com nossas próprias forças de modo intenso e duradouro?
Vem-nos a crise da alma, a doença do espírito, a chaga de um ser ou simplesmente a tão famigerada destruidora de personalidade chamada de depressão.
Buraco sem fundo, poço sem fim, lamaçal abrazador e deteriorador da felicidade, são sinônimos ou símbolos que a bisneta da decepção têm.
Tudo isso por que? Porque não soubemos lidar efetivamente com o nosso ego.
Com quem estou decepcionado?Comigo mesmo, mas certamente não atingi as fases subsequentes desta família.
Ainda amo-me e aposto minhas fichas em minha alma, ela atingirá os patamares da perfeição em algum dia.

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