Constatações sobre o Brasil pós-abolição, após 120 anos:
- Somente quando completar 152 anos (em 2040) é que os salários dos negros se igualarão ao dos brancos (segundo o IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os negros continuam tendo uma diferença desvantajosa em termos de condições de trabalho e de rendimentos. Segundo a Agência Brasil, a avaliação é do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio. Segundo ele, em média, os negros têm um rendimento de 50% a 70% inferior ao dos demais trabalhadores, na mesma ocupação.
- Das senzalas para as favelas foi o primeiro caminho dos negros recém libertos. "(...)a liberdade propiciada pela lei não veio acompanhada de condições de assistência e de terras para que os negros recém-libertos pudessem garantir seu sustento e de suas famílias. Atualmente, segundo dados da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), estão em processo de reconhecimento mais de 3,5 mil comunidades quilombolas, com um total de 1,7 milhão de negros ainda sem condições de moradia". (Fonte:
G1 Site). Sem chance alguma de melhoria de vida, provocando ainda mais o preconceito racial que perdura até hoje.
- A mão de obra escrava ainda existe no Brasil, em pleno século XXI. "Os procedimentos da escravização moderna não devem nada ao acaso: são metodicamentepadronizados de Alagoas a Mato Grosso, do Rio de Janeiro ao Pará, da Bahia a Rondônia, doMaranhão e Piauí ao Tocantins e Goiás, a ponto que se pode falar em sistema da escravidãomoderna. Na ponta da linha, temos uma população vulnerável, sem acesso à educação, à terra, aoportunidades de trabalho; no seu caminho, vários intermediários, agenciadores ou gatos,transportadores, donos de pensão, corroborando a ilusão de uma promessa mirabolante, passandopara frente uma dívida que só começará a ser cobrada lá no mato, na outra ponta da linha,principalmente neste arco do desmatamento onde ocorrem em torno de 80% dos casos desvendados:Maranhão, Tocantins, Pará, Mato Grosso." (fonte:
Fórum da Amazônia Oriental)
- Levantamento feito pelo Ipea aponta que, em 2008, a população negra é maioria no Brasil. Apesar disso, a desigualdade no acesso a bens, serviços e direitos fundamentais continua. Em 1976, os brancos representavam 57,2% da população; os negros e pardos, 40,1% e os amarelos e índios, menos de 3%. Trinta anos depois, o número de brancos caiu para 49,7%. O de negros passou para 49,5%. O de amarelos e índios caiu para menos de 1%. As projeções demográficas indicam que, até o fim de 2008, os negros e pardos serão maioria entre a população.
- Aleijadinho, Ademar Ferreira da Silva, João do Pulo, Pelé, Pixinguinha, Cartola, Milton Nascimento, Machado de Assis, Cruz e Sousa, Chiquinha Gonzaga, Lima Barreto, entre muitos outros negros contribuíram e contribuirão para que este gigante pela própria natureza tenha cultura riquíssima.
Infelizmente não se dá o devido valor aos negros.