Quando precisamos daquele momento só nosso, para refletir, para conversar consigo, para falar com Deus, para resolver algum problema, para meditar, para orar, para curar feridas, para curtir uma fossa, para encontrar uma solução ou qualquer outro motivo, procuramos uma "caverna", um divã, uma cama, uma cadeira de balanço, um confessionário, um banco de igreja, uma montanha, uma praia ou aquele lugar que nos proporcione condições para contatarmos o lado metafísico da vida.
Diante de situações criadas aqui da Terra, corremos em busca do socorro no "além-Terra".
Não sou diferente de ninguém quando preciso encontrar "ataduras" para meus "ferimentos".
Sou praticante do voo livre e há momentos em que estou lá em cima, "dependurado" no ar, "flutuando" na imensa atmosfera, em que posso buscar o meu refúgio. Há momentos em que nada mais há o que fazer senão "curtir" o visual e esperar o pouso chegar.
Neste fim de semana, tive o privilégio de voar em Andrada-MG-Brasil e durante os meus quase 30 minutos de voo, tive o prazer de conectar-me, a meu modo, com Deus.
O voo estava na sua penúltima fase. Olhei ao redor e contemplei a beleza do lugar, o fascínio da natureza, o horizonte longínquo e a brandura do entardecer.
Já não tinha muito o que fazer, senão olhar para mim. Naturalmente essa conexão chegou e pude, de maneira homeopática, dar um alento à minha alma. Foi uma doce dose de remédio.
Uma sensação de ser um "filho dileto" de Deus tomou conta de mim. Ele, o Grande e Amoroso Pai, estava dando-me colo, através do momento criado. Senti-me embalado por mãos invisíveis. Falei com Ele. Agradeci e O "ouvi", lá no fundo de minh'alma.
Aquilo que era para ser um voo, virou uma viagem. Ao invés de planar, "flutuei". Cheguei levíssimo ao pouso. O chão me esperava sorrindo, depois do idílico espaço de tempo (que me pareceu infinito) em que permaneci distante da materialidade.
Depois do pouso e durante as devidas tarefas de guardar o equipamento, pude refazer o caminho do voo e perceber que me abstraí. Após isso, deitei-me na relva, no meio de um pasto e curtir a sinfonia de cores que o ocaso preparava.
Uma vez mais percebi a bondade Divina.
Pássaros se preparavam para o anoitecer e eu me preparava para a volta às minhas tribulações diárias.
Eu estava tão leve que seria capaz de voar sem o equipamento.
Os problemas não estavam solucionados, mas as forças dentro de mim eram outras, mais positivas.
A alma estava sedada...
Abaixo a foto do pouso "sul" em Andradas-MG. Na frente ou acima daquele "pequeno" lago na parte central da foto, encontra-se o pouso onde existem duas árvores próximas à uma estradinha de terra.
(clique na foto para ampliá-la)
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