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segunda-feira, julho 30, 2007

E a corda arrebentou na ponta mais fraca...

Cá estou sendo recorrente, mas preciso é...
O papel aceita tudo o que se escreve nele, assim como um morto aceita toda a responsabilidade que lhe imputam.

O acidente aéreo ocorrido agora tem um novo e previsível vilão: o piloto. As tais manetes não foram manipuladas devidamente, pelo piloto, durante o procedimento de aterrisagem, segundo as novas informações dos investigadores.

Culpar o piloto tão somente pelo desastre é uma saída cômoda por todos os interessados comerciais e políticos envolvidos. A dona do avião se livra de processos pesados, a fabricante do avião não risca sua reputação, já a Infraero e Anac se livram do ônus de responderem pela desastrosa reforma da pista. Aliás, cômodo é jogar para debaixo do tapete o caos aéreo que vivemos pondo a culpa no coitado do piloto.

Se o piloto errou ou realizou algum procedimento equivocado será mesmo que é o grande e único responsável? Os especialistas em desastre aéreo são unânimes em afirmar que é uma conjunção de fatores que levam a acidentes deste vulto.

Pista molhada e escorregadia, stress por carga horária, stress da aeronave, peso no máximo permitido, pista curta, área de escape inexistente, controle de tráfego caótico, reverso desativado, etc, etc.

A caixa-preta vai mesmo servir apenas para ter a cor laranja e continuarmos chamá-la de "caixa-preta". Estarão escondendo mais informações?

"A força da grana destrói e constrói coisas belas" já dizia Caetano Veloso. Vidas foram carbonizadas e a força de interesses escusos estão abafando o ponto principal disso tudo: morreram pessoas e estas não voltam mais, tudo por culpa de vários fatores. O piloto não pode ser responsabilizado solitariamente por enfiar o avião naquele prédio.

Anos e horas de vôo, treinamentos, procedimentos contingenciais, equipe de pilotagem,computadores de bordo, fora o fato deste tipo de avião "pousar sozinho" como diz a própria empresa fabricante.

Os mortos não voltam para reclamar seu quinhão, mas o coitado do espírito deste piloto deve já estar chorando com a injustiça. E seus familiares então? Quantas vezes o piloto ausentou-se de seus familiares para realizar cursos e mais cursos de reciclagem, quanta dedicação foi dispendida por ele?

Se ele pudesse psicografar o seu relato, certamente iria ter coisas destoantes em relação ao que tudo se supõe e dizem. E por que um morto iriam mentir se ele já pagou o preço mais caro entre todos os envolvidos e possíveis responsáveis?

à memória da equipe deste vôo peço que a Justiça Divina se faça presente
ps.: não estou sendo parcialista, mas sabe-se que a corda arrebenta para os menos protegidos.

quarta-feira, julho 18, 2007

Terrorismo brasileiro




A cena é bem parecida:

Um jato carregado de passageiros e combustível se chocando contra um prédio...
Caos, morte, desespero, dor, medo, insegurança e falta de informação.

Mas, as semelhanças não param aí:

No "11 de setembro" havia a intenção disso ocorrer. Em 17/julho/2007 também! Ou o aeroporto urbano paulista já não está apresentando falhas inúmeras e um dia antes a derrapagem do avião bi-motor não é aviso claro de que alguma coisa iria acontecer e ninguém (autoridades) fez nada?

Não param por aí as semelhanças: os dois casos foram de assassinato em massa de pessoas indefesas dentro de um avião. Não é um acidente o que ocorreu em Congonhas, foi assassinato.

O acidente com o Gol em setembro passado foi o Iceberg sendo remexido mostrando uma desordem causada por incompetência, corrupção e descaso. Daquele acidente sairam mais de 150 vítimas fatais e dois pobres controladores bodes-expiatórios. Quem mais foi incriminado? Os pilotos americanos estão muito bem e com pinta de heróis.

Caos generalizado no controle de tráfego aéreo causando atrasos e prejuízos à população. Quem foi incriminado? Ninguém ! Ainda tivemos que ouvir de um famoso ministro que isso era sinal de prosperidade!

E o acidente de ontem (17/jul)? Prosperidade também? Ah sim! As pessoas morrem agora de acidente aéreo e não mais de automóvel, sinal de prosperidade!

O terrorismo não pára por aqui e certamente mais gente vai pagar com a vida em função da falta de competência e principalmente por impunidade às autoridades responsáveis por estes tipos de ocorrências.

É uma pena que mesmo com a "bola cantada" deixou-se que mortes ocorressem, para agora tentar correr atrás do prejuizo. E que prejuízo !

domingo, julho 15, 2007

Fragmentos de vida

As músicas e poemas falam por mim...




A vontade de dançar traduzida pela letra Bandolins...



"Valsando, como valsa uma criança

Que entra na roda

A noite tá no fim

E ela valsando só na madrugada

Se julgando amada ao som dos bandolins"




E a "Metade" que traduz o par pefeito, o amor completo, as almas gêmeas...



"Porque metade de mim é o que eu penso e a outra
metade é um vulcão"






Resta essa faculdade incoercível de sonhar

De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade

De aceitá-la tal como é, e essa visão

Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante


(O Haver - Vinícius de Moraes)





"O que é que a gente não faz por amor?" Já que "a minha
estrada corre pro seu mar..."




[...]





Oro pelo mundo, para que cesse essa violência estampada nos jornais e naquelas
escondidas nos pequenos, mas mesquinhos gestos:



"Tanta gente se esqueceu que o amor só traz o bem.
Que a covardia é surda e só ouve o que convém. Mas meu Amigo volte logo ..."

porque Todos estão surdos...



Fugir deste louco mundo das cidades grandes e sentir o
chuvisco na chapada, beber os elixires de amarilis e tomar um banho no "véu de
noiva de água virgem me elevar, envolver a sua ducha me deu vertigem
"...
Na Chapada de Tetê Espíndola.



Entretanto, de todas as músicas, a que fala mais de mim e por mim, é "Sangue Latino" dos Secos e
Molhados.





Minha vida, meus mortos,
meus caminhos tortos,

Meu sangue
latino, minha alma cativa



Rompi
tratados, traí os ritos

Quebrei a lança, lancei no espaço

Um grito, um
desabafo



E o que me importa é não estar vencido

Minha vida, meus mortos, meus caminhos tortos,








Apenas um grito, um desabafo, mas vencido não estou...

quarta-feira, julho 11, 2007

A difícil arte de comunicar-se

Algumas coisas diferenciam o gênero humano dos demais animais. Além da capacidade de raciocinar, ter noção do tempo, ainda temos outras mais que nos faz diferentes. A comunicação verbal estruturada em palavras é uma ferramenta altamente desenvolvida pelo ser humano.


Apesar dessa vantagem que temos, há nessa complexa linguagem meandros e armadilhas que muitas vezes nos pregam peças. Há também limitações nas palavras que não conseguem sublimar idéias, pensamentos e principalmente sentimentos.

Colocamos, em muitas vezes, tudo a perder ou por ter dito erradamente o que pensávamos ou não ter encontrado uma frase ou um parágrafo que pudesse expressar exatamente o que queríamos. Ficamos mudos quando a nossa incapacidade de comunicação é gritante.

Outra coisa que trunca ou cria distorções em nossas comunicações verbais é a impulsividade criada pelos nossos sentimentos. Colocamos o carro na frente dos bois e destruimos muitas coisas que se levou um tempão para ser construída, principalmente as relações.

Por isso que pensamos tanto, ensaiamos tanto antes de falar algo e muitas vezes apenas o silêncio vem como consolo pela inabilidade de expressar o que desejávamos colocar em público.

Invejamos aos oradores, aos contadores de anetodas, aos apresentadores, aqueles que saem com uma boa "tirada" e convence ou agrada a todos. Parece que estão num nível evoluído ao nosso.

Os poetas, compositores e contadores de estórias nem se fala! Estes vieram de outros mundos, devem ser extraterrestres. Puxa!

Como podem sintetizar tantas coisas em simples frase?

Ler, escrever, ouvir e perceber são caminhos que ajudam na difícil comunicação verbal.


Tente descrever algum sentimento seu em palavras escritas e verá como é difícil tal tarefa.


Tente descrever um sabor de algum alimento, não pelas características químicas (doce, salgado, azedo, etc) mas pelas sensações que causam em sua boca, paladar e no prazer que dão.

Até mesmo escrever este post, tentando dizer o quão difícil
é expressar-se por palavras, é um desafio que espero ao menos fazer meus diletos leitores refletirem a respeito.

segunda-feira, julho 02, 2007

Patriotismo

Conhece as palavras abaixo?
Sabe o significado de cada uma delas?
Já ouvir falar delas?

plácidas
retumbante
fúlgidos
penhor
vívido
impávido
colosso
esplêndido
Fulguras
florão
garrida
lábaro
clava

Se as suas respostas foram negativas, não se preocupe. Mais alguns milhões de brasileiros negam às perguntas.

Essas palavras fazem parte da letra do hino nacional do Brasil

Há aqueles que julgam que é patriotismo saber cantar o hino nacional. Mas, o que é patriotismo de verdade?
Nossas matas estão devastadas, nós invadimos os "Nossos bosques que tinham mais vida"
Nós respeitamos nossos rios, nossas águas?

"Paz no futuro e glória no passado"?

Com a corrupção instalada no seio da cultura brasileira?
Glória em que passado? Na ditadura? Nos escândalos políticos?
Que futuro temos?

O nosso hino nacional há tempos (se que teve mesmo esse tempo) está desatualizado e duvido que consigamos um dia estarmos de acordo com a letra deste tão incompreendido hino nacional.

Patriota é aquele quem ama sua pátria, sua nação, seu povo, sua cultura. Fácil se dizer patriota quando se sabe "male-má" cantar o hino nacional.

Se quiser arriscar, segue a letra do hino nacional:

HINO NACIONAL
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva


Parte I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!



Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
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