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segunda-feira, outubro 29, 2007

Indivíduos Incoerentes

Alguns indivíduos comportam-se de maneira estranha. São incoerentes com o modo de tratar as dificuldades e as pessoas, de acordo com a circunstância.

No trabalho, engolem sapos quietinhas, aceitam tarefas pesadas, toleram pessoas intragáveis, passam horas pacientemente em uma reunião, bajulam, entre outras coisas.

Porém, em suas vidas particulares agem bem diferentemente disso. São implacáveis, intolerantes, irascíveis, insensíveis, impacientes, imperdoáveis e não deixam passar uma ofensa em relação às pessoas com quem convivem particularmente.

Para aquelas pessoas quem tem afeto, amor, carinho estes indivíduos são verdadeiros tratores. Tratam mal os companheiros, os filhos, os pais, os parentes e os amigos.

Qual a explicação dessa incoerência?

Acredito que além do interesse no dinheiro, no poder, estes indivíduos usam, no trabalho, apenas máscaras para esconder o que de fato são: desumanos.
Quantas não são as pessoas que estes indivíduos ferem? Quantas vezes ofensas foram desferidas por um simples "pisão no pé"? Quantas agrados deixaram de se dar porque estes indivíduos chegam em suas casas fartos de todos e do mundo?
Casamentos, relações, amizades, harmonia vão-se com atitudes como estas. E o mundo fica pior.
A educação não é o mesmo que grau de instrução. Berço é o que falta para estas pessoas que sabem apenas destratar aqueles que os cercam de afetividade.

terça-feira, outubro 23, 2007

Um ano de novo blog


É, a vida passa rapidamente e dia 02 passado fez 01 ano que iniciei as atividades neste blog...


Um ano que compartilho parte de meus pensamentos com alguns amigos internautas, anônimos, desconhecidos, conhecidos, velhos amigos, curiosos, passageiros, assíduos frequentadores, inimigos, desafetos, camaradas, colegas, estrangeiros entre tantos outros.


Já devo ter agradado e desagradado muita gente, muitos narizes torceram-se, muita gente se afinizou com textos postados. Muita crítica e elogios recebi. E o importante mesmo é que agradando ou não, pude expor idéias, mesmo sob o manto que mantem a minha identidade preservada (não que eu tenha ou queira que me esconder, mas porque isso acaba ocorrendo), compartilhar experiências e tentar ver se a vida torna um pouco de sentido para mim e para outras pessoas que como eu buscam esse elementar sentido de vida.


Compartilhar é criar laços fraternos, compartilhar é deixar-se conhecer, compartilhar é dividir algo que cada um de nós temos de maneira ímpar, compartilhar é demonstrar interesse pelos outros e tentar trazê-los para perto, mesmo que virtualmente, criando os laços citados aqui.


Eu agradeço a todos que pacientemente estão aqui, a todos que já passaram por aqui, a todos que acharam-me "viajandão", a todos que provoquei caricaturas de desaprovação. Agradeço a oportunidade que deram-me.


Não pretendo ter o melhor dos blogs, nem o mais visitado, nem o mais querido. Aliás, não tenho pretensão alguma em ser melhor ou pior que ninguém, nem me destacar. Pretendo apenas ser mais um desconhecido blogueiro que expõe de modo muito limitado e particular suas idéias e que estas possam ecoar em algum recôncavo cibernético.


A todos o meu obrigado e feliz aniversário

quinta-feira, outubro 18, 2007

Dia do Médico

Hoje (18/out) é o Dia dos Médicos e esta data foi escolhida em função de São Lucas (o apóstolo que não conviveu pessoalmnete com Jesus). Segundo se diz, S. Lucas era médico estudado em Antióquia.

Coincidentemente, estou aqui postando de dentro de um hospital, à espera de minha esposa que submete-se a uma cirurgia.


Dependemos destes homens e mulheres hábeis nas mãos e frios para lidar com coisas que nós simples mortais tememos: a morte. Embora tenham a capacidade fria de lidar com a técnica, comprometem-se para com a vida (ao menos a grande maioria dos médicos) e tornam-se seres humanos de extrema sensibilidade.

Remete-me à lembrança de um valoroso e conhecido médico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes (a quem as minhas preces são agora endereçadas e que sua equipe espiritual esteja ao lado de minha esposa). Grande alma, conhecido como "o médico dos pobres" dando consultas gratuitas, como não conseguia cobrar, seu amigo, dono da farmácia onde atendia é quem pedia ajuda aos que podiam, não tendo nenhuma fonte de renda além dessa, passando, portanto, muitas privações.

Os para-médicos, os médicos de pronto socorro, das traumatologias da vida, acodem, socorrem e salvam milhares de vidas e muitas vezes feito o Dr. Bezerra de Menezes: quase sem renda.

O meu sonho desde a infância era tornar-me médico (cirurgia pediatra), mas o destino quis que eu cuidasse de computadores (menos arriscado). O sonho foi sepultado, mas sempre acompanho a medicina por livros, artigos médicos, filmes, seriados, documentários, revistas e com os próprios médicos (quando posso). A medicina está em minha alma e ainda terei a honra de vestir aqueles jalecos brancos, clinicar, mas antes realizar, cumprir e vivenciar o Juramento de Hipócrates:


"Eu, solenemente, juro consagrar minha vida a serviço da Humanidade.


Darei como reconhecimento a meus mestres, meu respeito e minha gratidão.


Praticarei a minha profissão com consciência e dignidade.


A saúde dos meus pacientes será a minha primeira preocupação.


Respeitarei os segredos a mim confiados. Manterei, a todo custo, no máximo possível, a honra e a tradição da profissão médica.


Meus colegas serão meus irmãos.


Não permitirei que concepções religiosas, nacionais, raciais, partidárias ou sociais intervenham entre meu dever e meus pacientes.


Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção.



Mesmo sob ameaça, não usarei meu conhecimento médico em princípios contrários às leis da natureza.
Faço estas promessas, solene e livremente, pela minha própria honra."


Evidentemente que nesta vida (encarnação) não farei isso, mas me prepararei, no astral, sob os olhos e a concessão de Sr das Passagens, da vida e da morte.


E que "meu" Pai possa percorrer todos os leitos e minimizar as dores de cada enfermo.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Ficção realista e Verdade fictícia

À baila está a polêmica surgida a partir do filme, em cartaz, Tropa de Elite do cineasta José Padilha: a violência e o crime organizado existem porque existem a corrupção e hipocrisia na sociedade brasileira e suas instituições formais e formadas? Ou a hipocrisia e a corrupção é fruto da tentativa egoísta de defesa da sociedade frente à violência e ao crime organizado?


Efetivamente que as duas pontas se alimentam e se destroem simultânea e continuamente. A droga sai das mãos dos traficantes para a sociedade consumir e a grana que é movimentada geram disputas violentas pelo controle do poder paralelo. O poder paralelo para proteger seu negócio milionário rouba, mata, guerreia, corrompe e implanta o medo.


Hipocritamente jogam um pano para abafar o que a própria sociedade produz, a violência e compram-se carros blindados, imóveis em condomínios que mais parecem um forte militar, seguranças, alarmes, grades, seguros de vida e roubo e torcem para que matem todos os bandidos. Os mesmos bandidos que a sociedade compra as drogas para as festinhas agitadas.


O filme cutuca uma ferida aberta na sociedade e causa a polêmica. Polícia é violenta e corruptível? Sociedade é falsa? Bandido é assim porque só lhe deram essa opção?


Há dois lados da moeda: a polícia não é nem violenta e corruptível assim, são só alguns policiais (talvez muitos, mas não todos). A sociedade também produz combate ao que ela mesma consome. E tem bandido que é assim porque é uma alma fraca e imperfeita, maldosa e que tem prazer de ser violento.


A pobreza de uma nação deveria ser medida pela forma com que ela trata seus problemas. Quanto mais encobrisse seus problemas e fingisse que a culpa é sempre do outro, maior seria a sua pobreza.


O filme Tropa de Elite é o outro lado da mesma moeda da violência urbana, só que focando a vida dos policiais. A outra face é o filme Cidade de Deus dirigido por Fernando Meirelles que retrata a mesma violência, o mesmo cosmo urbano, só que sob o ângulo das facções criminosas.


Infelizmente, com os dois filmes, parece que a violência extremada e a corrupção só existem na maravilhosa cidade do Rio de Janeiro. Justiça seja feita: as outras grandes cidades também vivem o mesmo drama.


E a outra realidade no "país das maravilhas" do planalto que mais parece um filme: corrupção gera conchavo que gera alianças que geram sujeira que gera compadres que gera rombos que geram pobreza que gera a sensação que o crime perfeito é o do colarinho branco. Essa sensação causa desmoronamento no que é correto e o que é lícito, no que é bandido e no que é mocinho.

terça-feira, outubro 09, 2007

O incomôdo comodismo

Interessante como as coisas novas nos motiva, nos impulsiona. Queremos aventurar-nos numa situação nova, num terreno novo, numa relação nova, num emprego novo, num curso novo, num novo livro. Queremos desbravar, arriscar, mudar e consquistar.

Quantas coisas não almejamos, desejamos e realizamos quando as coisas são novíssimas em folha? Um carro novo é lavado e polido a todo momento. Queremos dormir ao lado de um presente novo. Queremos o tempo todo estar ao lado da pessoa recém conquistada.

Se as coisas duram mais do que este período da novidade, do glamour e do inédito, passa para o rótulo daquilo que nos acostumamos. Acostumamo-nos ao carro, à moto, ao brinquedo, à relação amorosa, ao emprego, à morada.

Passado mais tempo, pode-se cair na outra etapa: a rotina. Dirigimos o mesmo carro, vamos ao trabalho de anos, namoramos a mesma pessoa, nos acostumamos com aquela pessoa com quem nos casamos. Perdemos o empenho, a paciência, a tolerância, a valorização. Qual foi a última vez que você passou a tarde toda do sábado dando aquele trato no carro? Muda-se de hábitos e deixa que o pessoal do lava-rápido faça aquilo que você não deixava que ninguém fizesse: colocasse as mão sobre algo seu.

E aquela relação que de tantos anos já não lhe dá a mesma vontade? Será que o comodismo barrou o romantismo uma vez que o casal é ainda formado pelas mesmas pessoas?

O ser humano tem péssimas práticas: se satisfaz rapidamente com algo, descarta coisas velhas como se tudo fosse "plástico-vidro-metal" e se acomoda rapidamente.

O emprego torna-se uma fonte de desgosto. Mesmo que tenha um p... salário, que tenha excelentes benefícios. Aquela gata continua gata, mas o carinha já se enjoou.

Acomoda-se numa relação e nada mais se faz por ela. Não se pulsa a alegria de antes.

E estes comodimos incomodam. Matam aos poucos. Deterioram lentamente.

Será que uma cêra e uma bela lavada não devolveria o bom e velho carro, brinquedo, relação ou emprego de volta à vida cheia de vida?

A felicidade é encontrada em tudo que existe dentro de nós. Fora de nossa superfície somente estão ícones que transformamos ou em luxo ou em lixo.

segunda-feira, outubro 01, 2007

O prazo

Deus é sábio em tudo que faz, executa, cria, destrói, modifica e pensa. Isto é inegável e não está em questão neste post.

Já pensou se soubéssemos a data provável de nossa inexorável "passagem" para o além? Não teríamos estrutura mental para suportar o nosso "prazo de validade" vencendo. E, embora saibamos de antemão que um dia "iremos", não pensamos sobre isso, mesmo porque é melhor nem pensar sobre isso.

Essa reflexão veio-me à tona recentemente, após receber a notícia da empresa em que trabalho de que até determinada data estarei trabalhando aqui, para depois "buscar novos desafios". Vão terceirizar ou até mesmo quarteirizar a área de TI que trabalho e convidarão a minha pessoa a se retirar (o famoso pé na bunda).

Sabendo de uma notícia que afetará, certamente, o meu futuro, às vezes vem uma certa angústia, um certo sentimento de insegurança e a certeza de que nada é para sempre no mundo material. Uma sensação terrível apossa-me, vez em quando, de que acabarão as coisas que construí sobre e na minha carreira.

Mas voltando à comparação deste episódio de minha vida com a decisão sábia de Deus em nada nos revelar sobre o dia que partiremos daqui para "melhor".

As pessoas, principalmente as despreparadas, materializadas e avessas à crença de vida pós-morte, iriam enlouquecer e passar a fazer coisas fora do comum. Estrapolariam, fugiriam das realidades. Quantos absurdos não aconteceriam?

Mas, e as pessoas mais preparadas para aceitar tal notícia? As mais espiritualizadas? Fanatizariam-se? Passariam enclausuradas nos mosteiros, nas capelas, nos espaços religiosos?

A reflexão final, já que Deus não vai divulgar tal data, é que devemos viver os segundos intensamente, mas isso parece um bordão de livro de auto-ajuda, não? O que é viver intensamente? Notarmos mais nossas respirações? As cores da natureza? Ouvir mais nossos pares, pais, filhos? Dar mais atenção a nós mesmos, à nossa saúde? Colocar em prática aquele sonho? Viver o amor que desejamos e tememos?

Aspiramos pela felicidade, mas parece que quando a vida nos chama a atenção para isso, trememos em nossas bases porque estamos tão acostumados a esperar que "fazer" exige esforço, vontade férrea e acima de tudo decisão própria.
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