Velejar, que é a arte da navegação a vela onde se aproveita eficientemente a força externa do vento para impulsionar um veleiro à frente. Velejar tornou-se ainda mais eficiente com a introdução de uma vela chamada Spinnaker, ou "Balão". Esta vela aproveita a corrente de ar vinda da parte traseira do barco (popa) para imprimir maior velocidade. Entretanto, a técnica para a utilização desta vantagem exige dos velejadores alta capacidade na movimentação, asteamento, rapidez e sintonia entre barco, vento e vela.
Muitas vezes em nossa vida, quando nos falta a devida força interna para agir, decidir e caminhar, precisamos abrir mão de um "balão" interno para aproveitar as circunstâncias externas e tirar proveito, acelerando nossas vidas.
O balão representaria a coragem, que utilizando-se das variáveis externas à nossa vontade, nos tira de situações não desejadas por nós mesmos.
Para ter coragem, é preciso destreza em observar o melhor momento, o vento de trás. É preciso também saber manejar a vela spinnaker uma vez que os ventos vão variando ao longo do tempo.
Mas o que vem ser essa destreza ?
É reconhecer-se que sozinhos não podemos nada realizar. Precisamos ter fé, aceitar ajuda daqueles que estão ao nosso lado. É preciso humildade para reconhecer que sem ajuda externa não podemos acelerar a solução de um problema e também reconhecer que essa ajuda nem sempre é como queremos, isto é, ela vem de um lado específico (vento de popa) e exige mudanças e adaptações nossas.
Um veleiro nada é sem o vento e nada é sem suas velas, é apenas um barco ancorado indefinidamente no porto das ilusões, no porto da comodidade.
Encontrar a felicidade exige que se singre o mar das viscissitudes, abrindo todas as velas possíveis, aproveitando os ventos, ora favoráveis, ora de través. O mar nem sempre está calmo, às vezes tempestuoso.
A coragem não nasce em nós, mas é construída e manipulada de acordo com o que queremos e precisamos.
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