As folhas caem, a temperatura também. Mas é a estação que mais gosto.
Não canso de repetir: as cores da natureza são mais deslumbrantes, as sombras, ao entardecer, são mais longas, o céu de um azul mais profundo, o cheiro no ar mais vivificante, o clima mais romântico e as paisagens mais bucólicas.
Estação em que meu espírito aprecia, onde percebo mais a proximidade dos mundos, onde a agitação do verão dá lugar à calmaria.
Passeios e caminhadas em um ambiente mais silencioso.
Parece que as pessoas olham mais para a natureza, olham mais à sua volta.
A gloriosa natureza se prepara para o inverno, mas sem entregar os pontos: ela viceja. Põe novas cores nas árvores, nas plantas, na paisagem. O ar fica mais seco.
Os parques, os bosques, as matas parecem portas para um mundo de coisas mais profundas, mais consistentes.
Não há época melhor para namorar e enamorar-se.
Ler sob a luz tênue de um final de tarde, prestar a atenção na noite chegando, nas primeiras estrelas brilhantes.
O orvalho aparece e as manhãs friazinhas convidam para um fumegante dejejum.
A natureza parece compor uma divina ária, um clássico barroco ao som do cravo e o choroso violino.
Deus, esse criativo arquiteto presenteia-nos pelos detalhes, pelas matizes, pela serenidade que o outono propicia.
Agradeço por essa estação existir.
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